sábado, 30 de maio de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

(Des)Envolver na Cidadania


Luís Dias

Quais as consequências sociais e politicas da fraca participação cívica dos jovens nas questões que nos preocupam e movem? Quais os impactos desta fraca participação na vida quotidiana das nossas instituições?
Conseguiremos nós mudar este desinteresse geral pela res publica, de que já os gregos falavam? E o que motivará este distanciamento geracional da política e dos centros de tomada de decisão?

Estas são algumas das grandes questões que inquietam aqueles que pensam e reflectem sobre a sociedade do nosso tempo. É, portanto, necessário dar-lhes resposta, para que possamos encontrar soluções para estimular o empenhamento da juventude. É fundamental sabermos qual o grau de responsabilidade a atribuir aos jovens de hoje, integrando-os naquelas que são as decisões que mudarão as suas vidas e a dos que os rodeiam e assim, contrariar a tendência de passividade e desinteresse pela participação cívica.
O caminho é o de fazer chegar aos jovens, de forma positiva e humilde, a necessidade que a nossa sociedade tem da sua opinião e das suas acções cívicas, e ainda das implicações dessa actividade na esfera individual e colectiva.

Na era das tecnologias, muitos são os meios à nossa disposição para criar, alterar, aceder e difundir informação. Há alguns anos este era o grande desafio que se colocava aos jovens (que agora são os nossos pais) – o acesso a informação fidedigna em tempo útil – e o grande dilema era a confiança na mensagem. Hoje, move-nos a motivação de estimular essa busca pela informação, a confiança no que é transmitido, criando assim agentes activos na produção e dessa mesma informação.

Ninguém duvida que é nas redes sociais, físicas ou virtuais, que hoje se fundam os grandes interesses das novas gerações, devendo estas ser olhadas como um meio privilegiado de acesso aos jovens de hoje.

Devemos empenhar-nos em transmitir uma simples mensagem: “Tu fazes a diferença!”. Mostrar aos jovens que o seu empenho e dedicação são agentes de mudança per se, e estimular uma relação causa-efeito entre o exercício da cidadania o impacto social desse exercício, num contexto que há muito deixou o âmbito local e assumiu um carácter global.

Seja através do associativismo, seja da política, ou de outras formas de intervenção social, a verdade é que vários são os modos de participação cívica ao dispor de qualquer cidadão (sobretudo dos mais jovens).

Do ponto de vista político será ainda mais importante empenhar jovens naquele que será o nosso e o seu futuro. Num ano com 3 actos eleitorais, com a cobertura mediática que implicam e com a massa humana que movimentam, seria lamentável perder a oportunidade de trazer os jovens à política, em prol dos seus interesses.

Muito deste trabalho cabe, obviamente, aos partidos políticos envolvidos na sociedade democrática portuguesa. O papel de "Velho do Restelo” e a prevalência do interesse individual sobre o colectivo são, neste caso, agentes dissuasores da aproximação dos jovens à participação democrática.

É necessário inundar a política portuguesa de novos rostos, novos valores e novas atitudes. Só assim conseguiremos inverter o actual rumo de desinteresse dos jovens pelo seu país. É necessário envolvê-los e renovar continuamente os valores democráticos. Mais do que nunca, importa educar para a cidadania, dar voz e oportunidades de intervenção aos jovens para que estes se sintam integrados e acolhidos num processo que ditará os próximos anos das suas vidas e da sua sociedade, enquanto cidadãos portugueses e europeus.