por Ana Telha da Silva
Descendo a Avenida da Liberdade em Lisboa somos ladeados por edifícios que viram a luta final republicana que levou à implantação da República em Portugal.
A sua implementação ocorreu muitos anos antes no espírito dos Portugueses. O povo logo aderiu à chegada revolucionária de novos ideais que construíram, em grande parte, a actual sociedade portuguesa e o país que hoje conhecemos.
Hoje Portugal tem o desígnio de recuperar os ideais que vingaram naquela manhã de 5 de Outubro de 1910. A construção do futuro do nosso País depende disso. A crise económico-social e de valores que hoje vivemos abre as portas a uma reflexão profunda sobre o ideário republicano.
Quando a República foi implantada, Portugal era um país virado para o Atlântico, baseado exclusivamente em relações com as suas colónias e visto como um feudo de Inglaterra.
Hoje, porém, após o fim do colonialismo, trilham-se novos caminhos para um Portugal inserido no espírito europeu. Um espírito de desenvolvimento social e económico vanguardista que, tal como os valores republicanos, depende do empenho de cada cidadão para ser construído.
É, assim, fundamental, que os portugueses de 2010 reivindiquem para si o papel de regeneradores dos valores republicanos na nossa sociedade.
Uma Sociedade pautada pela Escola Pública, por um sistema de saúde público e por um verdadeiro estado social, mas também uma Sociedade cada vez mais justa e solidária.
No fundo, uma Sociedade pautadas pelos principais valores filosóficos do Humanismo Europeu, ainda hoje tão válidos, e orientadores do caminho do nosso País.
Fernando Pessoa termina o seu “Infante” com a frase “Senhor, falta cumprir-se Portugal”. Cumpramos, então!
Viva Portugal! Viva a República!