segunda-feira, 11 de outubro de 2010

100 anos de República

por Ana Telha da Silva


Descendo a Avenida da Liberdade em Lisboa somos ladeados por edifícios que viram a luta final republicana que levou à implantação da República em Portugal.

A sua implementação ocorreu muitos anos antes no espírito dos Portugueses. O povo logo aderiu à chegada revolucionária de novos ideais que construíram, em grande parte, a actual sociedade portuguesa e o país que hoje conhecemos.

Hoje Portugal tem o desígnio de recuperar os ideais que vingaram naquela manhã de 5 de Outubro de 1910. A construção do futuro do nosso País depende disso. A crise económico-social e de valores que hoje vivemos abre as portas a uma reflexão profunda sobre o ideário republicano.

Quando a República foi implantada, Portugal era um país virado para o Atlântico, baseado exclusivamente em relações com as suas colónias e visto como um feudo de Inglaterra.

Hoje, porém, após o fim do colonialismo, trilham-se novos caminhos para um Portugal inserido no espírito europeu. Um espírito de desenvolvimento social e económico vanguardista que, tal como os valores republicanos, depende do empenho de cada cidadão para ser construído.

É, assim, fundamental, que os portugueses de 2010 reivindiquem para si o papel de regeneradores dos valores republicanos na nossa sociedade.

Uma Sociedade pautada pela Escola Pública, por um sistema de saúde público e por um verdadeiro estado social, mas também uma Sociedade cada vez mais justa e solidária.

No fundo, uma Sociedade pautadas pelos principais valores filosóficos do Humanismo Europeu, ainda hoje tão válidos, e orientadores do caminho do nosso País.

Fernando Pessoa termina o seu “Infante” com a frase “Senhor, falta cumprir-se Portugal”. Cumpramos, então!

Viva Portugal! Viva a República!

1 comentário:

Valentino Cunha disse...

Concordo absolutamente contigo, Ana. Agora é-nos exigida a coragem suficiente para mudar a sociedade actual de forma a que nos reencontremos com os ideais republicanos, devidamente adaptados às circunstâncias da actualidade. E nós, agentes políticos, temos especial papel de motivação patriótica.

Valentino Cunha